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A Mata Atlântica do Pica-pau-amarelo

O Pica-pau-amarelo, como é chamado popularmente, pertence à ordem Piciforme, à família Picidade e abrange quatro subespécies reconhecidas em que três delas são amplamente distribuídas na região amazônica. Entretanto, Celeus flavus subflavus é a subespécie endêmica da Mata Atlântica, que, originalmente, ocorria do estado de Alagoas até o Rio de Janeiro e atualmente é restrita aos estados da Bahia e do Espírito Santo. A espécie Celeus flavus, de forma geral, é caracterizada por uma plumagem amarela de várias tonalidades, topete bem desenvolvido e as asas e a cauda variam de preto a marrom. Dessa forma, as subespécies diferenciam-se pela coloração das penas das asas (rêmiges e coberteiras) e pelo tamanho.

O interessante acerca dessa ave é que os pica-paus do gênero Celeus, decorrente à grande distribuição geográfica, possuem um histórico taxonômico complexo: foram descritas inúmeras subespécies. O número de espécies de tal gênero pode variar de 11 a 14, sendo assim, o estudo específico do pica-pau-amarelo da Mata Atlântica marcado por dificuldades em classificar e distinguir entre os táxons.

O pica-pau-amarelo alimenta-se de formigas, cupins, frutos e sementes, possuindo bico pontiagudo e resistente usado comumente para perfurar troncos de árvores, cupinzeiros arborícolas e formigueiros. Seu habitat consiste em florestas úmidas, ocupando, geralmente, locais próximos à água e, além disso, não se desloca por matriz não florestal, sendo dependente de área florestal. Ademais, suas espécies são sexualmente dimórficas (com diferença entre os sexos) em que há a presença de uma estria malar vermelha nos machos e preta ou ausente nas fêmeas.

Com a perda de grande parte do bioma de Mata Atlântica decorrente de desmatamento, corte seletivo, queimadas, pastagens e silvicultura, o Celeus flavus subflavus foi categorizado como uma subespécie Criticamente em Perigo referente. Estima-se que o número de indivíduos remanescentes não ultrapasse de 250, tendo em vista que 90% da população total encontra-se em uma única subpopulação. Diante deste cenário, a ave está contemplada no Plano de Ação Nacional para Conservação das Aves da Mata Atlântica e tem o objetivo geral de estabelecer e implementar medidas para manutenção e recuperação das populações dos táxons do PAN Aves da Mata Atlântica em cinco anos.


Autora: Débora Mueller



Referências Bibliográficas

FIRME, D. H. Revisão sistemática do gênero Celeus Boie, 1831 (Aves: Piciformes: Picidae), São Paulo, 2015.

INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção Volume III – Aves. Brasília: [s.n.], v. III, 2018.

INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE. Plano de Ação Nacional para Conservação das Aves da Mata Atlântica. Site do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Disponivel em: <https://www.icmbio.gov.br/portal/faunabrasileira/planos-de-acao/2865-plano-de-acao-nacional-para-a-conservacao-das-aves-da-mata-atlantica>. Acesso em: 25 Janeiro 2021.

MOREIRA-LIMA, L. Aves da Mata Atlântica: riqueza, composição, status, endemismos e conservação, São Paulo, 2013.


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