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Megafauna carismática: a Raia manta gigante

Por: Flávia Alves França


A raia manta gigante (mobula birostris) é a maior espécie de raia manta existente e é encontrada também no Brasil. Com uma envergadura máxima de 8 metros, a espécie foi primeiramente descrita em 1792 por Johann Julius Walbaum e, de acordo com o Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, é considerada vulnerável.


É encontrada em todo o globo nas águas temperadas e tropicais, sendo que no Brasil, é muito avistada principalmente no estado de São Paulo, mas já foi observada também no Rio de Janeiro, Pernambuco, Espírito Santo, Bahia, entre outros.


Apesar do seu tamanho, ela se alimenta, basicamente, de plânctons e pequenos peixes por meio do processo de filtração. Além disso, pode estar presente desde águas rasas oceânicas até profundidades de 1.000 metros, podendo transitar entre esses ambientes a depender do momento do dia, da alimentação, da socialização e de condições extrínsecas. Tem idade máxima aproximada em 45 anos, gerando, entretanto, poucos filhotes em toda a sua vida (1 por gestação e 4-7 totais), o que dificulta a sua preservação. A sua reprodução é vivípara, ou seja, não há formação de ovos (como em algumas outras espécies de raias) e sim de uma espécie de placenta. Além disso, tal qual outros elasmobrânquios (tubarões e raias), apresenta a imobilidade tônica, processo no qual a fêmea é induzida a um estado de imobilidade para que ocorra a cópula.


Outro fato interessante sobre elas é que suas manchas no ventre podem ser utilizadas como forma de identificação, uma vez que são únicas em cada indivíduo. A sua coloração dorsal é geralmente negra, enquanto que a ventral apresenta variações, sendo a mais comum no Brasil a coloração conhecida como “chevron”, com bordas das nadadeiras cinzas e a região ventral central branca.


Um fator que vem contribuindo para a sua vulnerabilidade é a pesca, sendo capturada para o comércio de guelras, consumo da sua carne, incluindo o uso da mesma como isca de tubarão, uso da sua pele para a produção de produtos de couro e também pela pesca fantasma e bycatch, conhecida como pesca acidental. No Brasil, desde 2013, a sua pesca, retenção a bordo e venda são proibidas, uma tentativa de preservar essa espécie.


Quer saber mais sobre esse incrível animal? O Projeto Mantas do Brasil, com sede no estado de São Paulo, realiza um trabalho intenso de divulgação e catalogação, buscando ampliar o conhecimento e sensibilização para com a preservação das raias mantas brasileiras. Conheça mais sobre o projeto pelo site https://www.mantasdobrasil.org.br/ ou pelo instagram @mantasdobrasil.








Referências:

  1. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção: Volume I / -- 1. ed. -- Brasília, DF: ICMBio/MMA, 2018.

  2. Marshall, A., Barreto, R., Carlson, J., Fernando, D., Fordham, S., Francis, M.P., Derrick, D., Herman, K., Jabado, R.W., Liu, K.M., Rigby, C.L. & Romanov, E. 2020. Mobula birostris. The IUCN Red List of Threatened Species 2020: e.T198921A68632946. https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2020-3.RLTS.T198921A68632946.en. Acesso em 06 de maio de 2022.

  3. Mantas do Brasil. Disponível em: <https://www.mantasdobrasil.org.br/> Acesso em: 06 de maio de 2022.

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