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O raro e importante Tatu-Canastra

O Tatu-Canastra, também conhecido como Tatu-açú, cujo nome cientifico é Priodontes maximus, mede entre 1,20 e 1,50 metros, podendo pesar até 60kg. Sua carapaça possui 11 a 13 cintas móveis flexíveis e sua coloração é marrom escura, exceto na cabeça, cauda e borda ventral, onde possui uma faixa esbranquiçada. Em cada membro, possui cinco dedos com garras visíveis, da qual no terceiro dedo dos membros anteriores é curvada e longa, podendo ter cerca de 20 centímetros. Sua cauda é afiada, longa e coberta por escudos dérmicos. Em sua reprodução, a gestação leva cerca de 122 dias, nascendo em média um filhote, que permanece dentro da toca durante a maior parte do período de lactação (4 a 6 meses).

O tatu está distribuído principalmente no noroeste e centro da América do Sul, em países como Peru, Equador, Venezuela, Colômbia, entre outros. No Brasil, ocorre em quase todos os estados, como Amazonas, Acre, Amapá, Roraima, Rondônia, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, entre outros. A espécie é naturalmente rara e seu habitat se dá, principalmente, em regiões de florestas tropicais, subtropicais, ambientes xerófilos, planícies de inundação e, sobretudo, cerrado. Os animais no Parque Nacional das Emas (GO), por exemplo, local cuja densidade estimada foi entre 5,77 a 6,28 indivíduos por 110 km², mostraram uma forte preferência por habitats abertos, como campos, cerrados, pastagens e bordas de várzeas. Sua área de vida pode ter mais de 1000 hectares.

Possui hábito solitário, encontrando outros indivíduos somente na época do acasalamento. É considerada de semi-fossorial a fossorial, isto é, podendo permanecer em sua toca por vários dias, sendo raramente vista. Essas são comumente escavadas na base de cupinzeiros, tendo em média 31 centímetros de altura e 47 de largura, e servindo como refúgio durante o dia a animais como raposas, gatos-do-mato, serpentes e jabutis. Com hábitos principalmente noturnos, a espécie se alimenta majoritariamente de cupins e formigas. No entanto, sua dieta também pode contemplar, ocasionalmente, insetos, aranhas, minhocas, larvas, cobras e carniça. Além disso, ao contrário de outros tatus, o P.maximus frequentemente destrói os cupinzeiros ao se alimentar, possuindo um papel importante na regulação das populações desses insetos.

As principais ameaças ao Tatu-Canastra são incêndios, a agricultura, o desmatamento, o aumento da matriz rodoviária levando a atropelamentos e a caça para alimentação. Essas atitudes levam a alteração e destruição de seu habitat, corroborando para que a espécie, já rara, torne-se ainda mais escassa. Globalmente, a espécie é avaliada como vulnerável pela IUCN. No entanto, em estados como Espirito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo é considerada criticamente em perigo pelas avaliações estaduais. Em Minas Gerais, é descrita como em perigo. O Instituto de Pesquisas Ecológicas é uma Organização Não Governamental, cujos um dos principais objetivos é a pesquisa e disseminação do conhecimento para conservação e restauração de espécies da fauna brasileira que se encontram sobre algum tipo de ameaça. A instituição possui o Projeto Tatu-Canastra, iniciado em 2010, que busca coletar mais informações a respeito desses animais, como comportamento e história natural, a fim de assegurar a sua manutenção na natureza. O projeto conta com o auxílio de ferramentas como radiotransmissores, armadilhas fotográficas, monitoramento e mapeamento de indivíduos e tocas.

É extremamente necessário que mais ações voltadas a proteção do Tatu-Canastra sejam feitas para perpetuação dos exemplares que existem na natureza. A proteção dos habitats utilizados pela espécie com a implantação de novas Unidades de Conservação é de extrema importância, principalmente em locais com densidades favoráveis para assegurar populações mínimas viáveis. Além disso, são mais programas de educação ambiental a fim de diminuir as perdas de indivíduos para caça e atropelamentos.


Referências Bibliográficas:

Tatu Canastra. Fundo Mundial para Natureza – WWF. Biodiversidade. Disponível em <https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/especiais/biodiversidade/especie_do_mes/especies_cerrado/tatu_canastra/ > Acesso em: 04 de março de 2021

Projeto Tatu Canastra. Instituto de Pesquisas Ecológicas – IPÊ. Disponível em < https://www.ipe.org.br/projetos/pantanal-e-cerrado/1441-projeto-tatu-canastra>. Acesso em: 04 de março de 2021.

CHIARELLO, Adriano Garcia; et al. Avaliação do Risco de Extinção de Priodontes maximus (Kerr, 1792) no Brasil. ICMBio – Ministério do Meio ambiente. Disponível em < https://www.icmbio.gov.br/portal/component/content/article/7093-priodontes-maximus> Acesso em: 04 de março de 2021.

Tatu-canastra (Priodontes maximus) Fundação Jardim Zológico de Brasília –ZOO. 28 de janeiro de 2020. Disponível em < http://www.zoo.df.gov.br/tatu-canastra/> Acesso em: 04 de março de 2021.

 
 
 

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