Onça- Parda: 4° Maior felídeo do mundo
- GEAS UFMG
- 21 de jun. de 2021
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Popularmente chamados de Onça- Parda, Suçuarana e Leão-baio, os Puma Concolor são felinos bem adaptados a diferentes habitats, podendo ser encontrados desde florestas úmidas tropicais e subtropicais até as temperadas. Além disso, também podem ser localizados em áreas montanhosas acima de 3000m de altitude, pântanos e regiões extremamente áridas e/ou frias. Originalmente foram detectados desde o Sul do Canadá até o extremo sul do continente americano. Atualmente, no entanto, está restrita a regiões montanhosas e pouco habitadas do oeste canadense e norte-americano, pois sua população significativamente diminuída no início do século XX devido a diminuição da disponibilidade de presas e da caça predatória. No Brasil, apesar de estar distribuída em todos os biomas, também já enfrenta declínio populacional.
Seus nomes populares e científico fazem referência a coloração acastanhada uniforme de sua pelagem. No entanto, a região dorsal é mais escura do que a ventral e a parte interna dos membros. Com os machos medindo entre 1,5 a 2,75m de comprimento, é o segundo maior felino americano, após a Onça-Pintada (Panthera onca) e, mundialmente, ocupa o quarto lugar. Seu corpo é alongado e esguio, com uma cauda longa e cabeça pequena em relação ao corpo. Sua face é curta e as orelhas são pequenas, curtas e arredondadas. Assim como outros felinos, possui as patas posteriores maiores, o que lhe possibilita realizar grandes saltos em altura e distância, escalar e alcançar grandes velocidades em distâncias curtas. Seu hábito alimentar é oportunista, consumindo presas variadas conforme a sua disponibilidade no ambiente. No território brasileiro, podem consumir pacas, tatus, quatis, aves, veados, porcos-do-mato, capivaras, jacarés entre outros. Também existem relatos de ataques a criações domésticas de ovinos, equinos, bovinos até um ano e suínos em decorrência do desequilíbrio dos ecossistemas causado pela antropização ambiental e degradação de habitat. Isso corrobora para a frequente retaliação humana devido a predação, seja o abate preventivo ou após a ocorrência. As onças-pardas são especialmente vulneráveis a esse tipo de ameaça pois retornam às carcaças de suas presas abatidas, possibilitando seu envenenamento ou que caçadores as matem.
Com hábito solitário e territorialista, pode ser observado em pares somente durante a época de acasalamento, no qual o sistema reprodutivo é poligâmico. O período de gestação varia entre 82 e 98 dias, nascendo de um a seis filhotes. O tamanho de sua área de vida é modificado conforme as estações do ano, cada região e a disponibilidade de presas. No Parque Nacional das Emas, por monitoramento de coleiras VHF, registou-se uma área de 2,54 a 61,19km². Já no Pantanal, foi registrada uma variação de 32 a 155km². Devido a essas características, a espécie tem sido fortemente ameaçada pela fragmentação de habitats devido à expansão urbana e da matriz agropecuária, que também diminuem, por consequência, a base de suas presas naturais. Além disso, nos biomas do Pantanal e Pampas é alvo da caça esportiva e na Mata Atlântica e Cerrado das queimadas advindas das fazendas produtoras de cana-de-açúcar. Na Caatinga, é acometida pela expansão da matriz energética. Rodovias e ferrovias além de também promoverem a fragmentação de habitats, contribuem para exposição das onças-pardas a atropelamentos.
A espécie é classificada como Pouco Preocupante (LC) conforme a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN). Foi contemplada pelo Plano de Ação Nacional para Conservação da Onça-parda em 2011, cujo objetivo consistia em reduzir sua vulnerabilidade na natureza, ampliando a proteção de habitats adequados para a sua sobrevivência, ampliar o conhecimento para sua conservação e redução de impactos antrópicos negativos nesses animais. Nos estados de Santa Catarina e Paraná é realizado o Projeto Puma que visa incorporar um planejamento rural para conservação das onças estudando aspectos como dieta, área de vida e comportamento. Em São Paulo, foi estabelecido por meio de uma parceria entre o Instituo Pró-Carnívoros, a AES Tietê e o Cenap/ICMBio o Projeto Pardas do Tietê. Desde 2013 estuda as Onças-pardas e objetiva avaliar a situação ambiental das áreas da AES Tietê através do monitoramento de indivíduos da espécie.
São poucos os trabalhos sistematizados cujo foco é a espécie e é necessário maior levantamento de informações para dar suporte ao seu manejo, como estudos de longo prazo sobre a dinâmica das suas populações e aspectos genéticos e sanitários.
Autoria: Luiza Silva

Referências bibliográficas:
de Azevedo, F. C., Lemos, F. G., de Almeida, L. B., de Campos, C. B., de Mello Beisiegel, B., de Paula, R. C., ... & de Oliveira, T. G. (2013). Avaliação do risco de extinção da Onça-parda Puma concolor (Linnaeus, 1771) no Brasil. Biodiversidade Brasileira-BioBrasil, (1), 107-121. Acesso em: 05 de junho de 2021
Projeto Pardas do Tietê. Instituto Pró-Carnívoros. Disponível em <https://procarnivoros.org.br/projeto/projeto-pardas-do-tiete/> Acesso em: 05 de junho de 2021.
Projeto Puma. Ambiente Brasil. Disponível em <https://ambientes.ambientebrasil.com.br/fauna/programas_e_projetos/projeto_puma.htht> Acesso em: 05 de junho de 2021.
Leão-Baio (Puma concolor). Fauna Digital. Rio Grande do Sul. Disponível em <https://www.ufrgs.br/faunadigitalrs/mamiferos/ordem-carnivora/familia-felidae/pumac oncolor/> Acesso em: 05 de junho de 2021.
Puma Concolor. Projeto Fritz Mueller. Disponível em < http://projetofrit zmuller.org/fauna/puma-concolor/> Acesso em: 05 de junho de 2021.
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