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Por onde anda o Crejoá?

O Crejoá, cujo nome cientifico é Cotinga maculata que significa: do (tupi) cotinga = nome indígena para um pássaro colorido e brilhante da floresta; e do (latim) maculata, macula, ou seja, com manchas. É uma ave endêmica do Brasil que ocorre principalmente em áreas adjacentes a Minas Gerais e do sul da Bahia ao Rio de Janeiro, ao longo da região da mata atlântica. Entretanto, sua sobrevivência vem sendo muito ameaçada devido à supressão de ambientes florestais baixos, em especial no estado do Rio de Janeiro. Isso ocorre por ser um animal frugívero, cuja alimentação consiste principalmente de frutos, podendo também capturar insetos para completar a dieta. Com, em média, 20 centímetros de comprimento o macho é caracterizado por uma coloração arroxeada no peito com colar azulado, cabeça e dorso também azuis e as penas das asas e cauda negras. Já a fêmea é totalmente pardo anegrada. Apesar dela, assim como as demais aves da família Cotingidae, apresentar cores exuberantes, em especial o macho, sua presença é de difícil detecção e acompanhamento, pois é silenciosa e não se movimenta muito. Essa espécie a habita o dossel florestal, ou seja, o estrato superior das florestas em baixadas. Ela permanece pousada e imóvel por muito tempo, camuflada e em regiões sombreadas, podendo passar despercebida por muitos pesquisadores e predadores. Por ser vocalmente pouco ativa, é reconhecida pelo barulho característico produzido por suas asas durante os curtos deslocamentos no alto das fruteiras das quais se alimenta. Após ingerir os frutos pousada, ela permanece imóvel por cerca de 30 minutos e em seguida regurgita as sementes, período no qual pode estar associado a seu processo de digestão. Entretanto, apesar da preferencia pelo dossel, foi observado que era muitas vezes era repelida por humanos durante o voo ao tentar acessa-los em árvores situadas próximas às edificações antrópicas. A remoção das matas de baixada, incêndios florestais e comércio, principalmente dos machos, para alimentação ou uso das penas em artesanato, tem contribuído imensamente para o declínio populacional do Crejoá. As populações remanescentes encontram-se hoje muito fragmentadas e, também devido a sua alta exigência ecológica, é classificada como ‘criticamente ameaçada’ de extinção em nível nacional e ‘em perigo’ globalmente. No entanto, muitas unidades de conservação se movimentam para tentar reverter esse cenário, por meio de reservas biológicas que visam proteger o Cotinga maculata e outras espécies ameaçadas, como as Reserva Biológicas de Una, de Sooretama, do Córrego Grande, o Plano de Ação Nacional para a Conservação das Aves da Mata Atlântica, entre outras.

Referências:

1) SILVEIRA, Luiz Fábio. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção – Volume III: Aves (ICMBIO). Páginas 506 e 507. 2018

2) LIMA, Leandro Moreira. Aves da Mata Atlântica: riqueza, composição, status, endemismos e conservação. Volume 1. SP. 2013

3) GODOY, Fernando Igor de. Obscervações sobre o comportamento alimentar e dieta do crejoá Cotinga maculata no sul da Bahia, Brasil. Cotinga 40- páginas 50 a 53. 2018.

4) CORDEIRO, Pedro Henrique Chaves. Padrões de distribuição da riqueza de espécies de aves no parque nacional do descobrimento, sul da Bahia, Brasil. Corredor de biodiversidade da mata atlântica do sul da Bahia. 2003


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